Quem comanda quem?
- Filipa Serras
- 11 de nov. de 2024
- 3 min de leitura

É o tempo que te comanda ou és tu que comandas o tempo?
Ora aqui está um bom tema para final de dia. Semelhante ao quebra cabeças da galinha e do ovo: "quem nasceu primeiro?". Enfim, podemos passar aqui o dia inteiro e não iremos chegar ao certo ou errado.
Dito isto, todos sabemos qual é a sensação de que o tempo nos controla e que estamos em piloto automático. É comum, especialmente na sociedade atual, com tantas distrações que este sentimento tenda a crescer. E em que ocasiões essa sensação pode surgir? E no caso de surgir, o que posso fazer de diferente?
Vou apresentar-se 5 situações comuns em que sentimos que o tempo nos controla, juntamente com sugestões sobre o que podemos fazer de diferente para retomar as rédeas da nossa vida:
1. Rotina de Trabalho Repetitiva e Exaustiva
Situação: Muitos de nós experimentamos dias que parecem iguais, onde vamos do trabalho para casa, e de casa para o trabalho, sem ver propósito claro ou um progresso pessoal. É como se os dias passassem rápido demais sem que tivéssemos tempo para "viver de verdade".
O que fazer diferente: Em vez de te deixares levar por uma rotina automática, é essencial integrar pequenas pausas e momentos de reflexão ao longo do dia. Pode ser um momento de meditação, um intervalo para uma caminhada curta ou uma prática de journaling. Esses momentos de pausa ajudam a perceber o que estás a sentir e o que desejas, e ao mesmo tempo ajudar a diminuir a sensação de estar num ciclo sem fim.
2. Agenda Cheia de Compromissos e Obrigações
Situação: Um calendário lotado de tarefas, reuniões e compromissos faz com que o tempo pareça escapar entre os dedos. Quanto mais ocupados estamos, mais difícil fica prestar atenção ao presente, e acabamos focando apenas no "próximo" compromisso.
O que fazer diferente: Experimenta aplicar o conceito de "menos é mais" na tua agenda. Avalia cuidadosamente quais as atividades que são realmente essenciais e quais podem ser eliminadas ou delegadas. Outra dica é reservares um “tempo intocável” na tua agenda, um período fixo onde podes focar-te em atividades que te importam sem experenciar interrupções. Esse momento pode ser dedicado a um hobby, a uma leitura ou apenas para descanso.
3. Deslizes no Uso das Redes Sociais e Distrações Digitais
Situação: O uso frequente do telemóvel e de redes sociais pode fazer-nos perder a noção do tempo, especialmente quando estamos a navegar sem um propósito claro. Um "scroll" despretensioso pode rapidamente consumir horas, alimentando a sensação de perda de controle.
O que fazer diferente: Define limites claros para o uso de redes sociais. Alguns métodos incluem usar apps que monitoram o tempo de uso ou estabelecer horários específicos para verificar redes sociais, ao invés de acessar de forma impulsiva. Outra opção é tentar atividades alternativas, como ler um livro, praticar um hobby offline, ou até meditar. Essas escolhas trazem-nos mais presença e significado.
4. Sensação de Procrastinação Constante
Situação: Quando procrastinamos, adiamos tarefas importantes e, como resultado, acabamos por sentir uma pressão constante conforme o prazo se aproxima. Isso cria a sensação de que o tempo está a "perseguir-nos" e que nunca conseguimos completá-las a tempo.
O que fazer diferente: Combater a procrastinação requer identificar a causa. Muitas vezes, procrastinamos tarefas porque elas parecem avassaladoras. Dividir uma tarefa grande em passos menores e estabelecer pequenos objetivos pode ajudar a diminuir o sentimento de urgência. Outra técnica é usar o método “Pomodoro”, onde se trabalha em períodos curtos de alta produtividade, seguidos por intervalos de descanso.
5. Sentimento de Não Atingir os Objetivos Pessoais
Situação: Quando focamos apenas nas obrigações diárias e não dedicamos tempo aos nossos sonhos e objetivos pessoais, surge a sensação de que o tempo está a passar sem que consigamos alcançar o que realmente importa para nós.
O que fazer diferente: Planeia momentos semanais para avaliar o teu progresso em relação aos seus objetivos de longo prazo. Esse hábito permite que te desconectes das atividades rotineiras e foques no que realmente importa para o teu desenvolvimento pessoal. É também importante garantir que esses objetivos sejam claros e realistas, para que cada pequeno progresso já traga uma sensação de conquista.
Cada uma dessas situações reflete a pressão que sentimos ao não gerir bem o nosso tempo, mas com pequenas mudanças de comportamento, podemos recuperar a sensação de que estamos a viver de forma mais consciente.
Comments